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quinta-feira, 17 de outubro de 2019

União recreativa cultural desportiva de Regilde, mais de meio século de história


Fundada em 1963, a Coletividade U.R.C.D de Regilde, com sede na Rua de Penas, fechou portas a cerca de quatro anos  
Após o encerramento, pela última direção, as chaves da sede estão na posse da Junta de Freguesia de Regilde
 Com o fecho do espaço, os bens da associação mantém-se na coletividade, incluem dezenas de taças que o u.r.c.d de Regilde foi ganhando, em torneios e campeonatos de futebol ao longo dos anos.
 Era no primeiro andar da sede do clube onde se encontrava um espaço que ainda guardava objetos, que marcaram a evolução do clube, nomeadamente taças e fotografias. Para a história do agora extinto clube, que se reveste de inestimável valor patrimonial, fica o espólio do qual se orgulhavam
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  Antes de avançarmos na história, é obrigatório recuar no tempo para saber como surgiu a primeira equipa de futebol em Regilde, para isso recuamos 56 anos, mais propriamente a 15 de agosto de 1963.

 Tudo começou numa brincadeira no café, entre quatro ilustres amigos: Armindo Marinho, Silvério Lopes, Idalino Duarte e Sérgio Peixoto (já falecido), viriam a criar a primeira equipa de futebol em Regilde.

 Estivemos á conversa com o Sr. Armindo Marinho um desses ilustres fundadores, hoje com 82 anos de idade, que nos explica como tudo começou:
 “A ideia apareceu em conversa no café como brincadeira, mas na maré juntaram-se logo outros amigos que nos apoiaram”. “Naquele tempo não faltava "moçarada" nova para jogar a bola, o mais difícil era arranjar um campo e uma bola, algumas vezes os lavradores cortavam o milho e a seguir já servia para treinar, havia paixão e vontade, hoje em dia é coisa que a juventude não tem e prefere os jogos nos computadores “.
Até 1976 “O futebol clube de Regilde“ jogava num campo alugado na Quinta de Santa Comba, junto ao auto estrada e pagava 120 escudos de renda, o terreno era privado e os seus donos com receio de perder a posse do imóvel não autorizaram a continuação da sua utilização, a partir desse ano, até meados dos anos 80 deixou de existir qualquer campo de futebol em Regilde.

 Em 1985 as equipas da terra treinavam junto á capela do assento, num campo improvisado, apelidado de(campo dos saramagos), mas a propriedade era privada e os seus donos decidiram vendê-la e mais uma vez deixou de haver campo de jogos em Regilde
 Mais tarde  já em 1993 a Câmara Municipal de Felgueiras adquiriu um terreno à misericórdia e construiu o campo de jogos  que existe atualmente.

O muito que foi feito nos primeiros anos do u.r.c.d de Regilde, deveu-se em grande parte ao dinamismo e solidariedade dos Regildenses.  Para a posteridade, indicam-se alguns dos sócios que mais contribuíram com fundos, em especial aos sócios beneméritos, Joaquim Ribeiro, José Carlos Pereira e salvador Lopes Teixeira, que foram agraciados pela direção na sede do u.r.c.d com placas de homenagem pela gratidão e contributo que tiveram para com o clube
Para obter, mais facilmente das entidades oficiais, os apoios e os meios financeiros necessários, foram elaborados estatutos e registada a associação de forma a legitimar os futuros corpos gerentes. Assim em 1996, nasce a Associação Recreativa e Cultural desportiva de Regilde. Os seus estatutos foram publicados em Diário da República
O emblema da Associação Recreativa e Cultural de Regilde foi criado no ano de 1998. Na parte superior do emblema, podem ler-se as iniciais (U.R.C.D. REGILDE), e um escudo em azul sobre um fundo branco, que representa também as cores oficiais dos equipamentos do clube. As cores da Associação são o azul com listas brancas e em alternativa o azul e branco.

O futebol começou a ter um enorme impacto na população de Regilde e das freguesias vizinhas, muito por força deste dinamismo e entusiasmo. A competição desportiva passou a ser semanal e vivida com grande intensidade pelos atletas, dirigentes e associados.



Na época 1995/ 96 o clube foi campeão distrital da AF Porto, a nova Direção, apostou na mobilização das pessoas e já contava com cerca de 700 sócios aderentes, conseguindo reunir as condições para avançar com as obras nos balneários, abastecimento de água e de eletricidade.  Abriu-se a Sede da Associação, equipada com mesas, cadeiras, televisão, frigorífico, etc. Disponibilizou-se aos sócios momentos de lazer e serviço de bar
Com os mais jovens, iniciou-se a prática desportiva regular aos Sábados, Domingos e Feriados. Pela primeira vez, os jovens da Associação tiveram direito a equipamentos da Associação próprios para a sua idade e começaram a disputar torneios e jogos
As Direções que se seguiram deram continuidade a este trabalho, melhorando o património e ao mesmo tempo, realizaram um conjunto de atividades recreativas que beneficiaram os jovens e a Freguesia.
Estivemos a conversa com Diamantino Lopes hoje com 64 anos de idade, que confessa a sua paixão pelo futebol e fala com alguma tristeza por ver o u.r.c.d de Regilde chegar a esta situação:
 
“Fui sempre um apaixonado pelo futebol e foi por causa dessa paixão que me motivou a estar ligado ao clube da minha terra, no início como jogador (guarda redes) e mais tarde fiz parte de várias direções”, explica: “Da minha parte foram muitas horas, muitos dias vividos no clube, as direções que fiz parte  funcionaram bem e sempre tiveram uma boa gestão dos fundos arrecadados dos patrocinadores”.
  Diamantino Lopes diz, que neste momento não se sente motivado para fazer parte de qualquer direção, que venha a ser formada no clube, mas que está disponível para ajudar com o seu conhecimento e a sua experiência adquirida no passado em que esteve ligado ao clube e salienta: “Fizeram-se coisas boas no passado, mas, neste momento é hora de dar lugar á juventude para reerguer o clube“

Para o Sr. Armindo Marinho, não tem dúvidas e aponta como o início do declínio do clube, o derrube da bancada sul do lado de cima, que albergava cerca de 800 lugares sentados com cadeiras pagas pelos sócios:  
“ Muitos  dos sócios desistiram quando deixaram de ter cadeira na bancada “, e acrescenta. “Para além deste erro cometido, outras das causas, foi não apostarem nas camadas jovens para renovar o clube”.
” Algumas direções nunca quiseram saber da formação, os miúdos daqui iam para outros clubes fora da terra e hoje em dia, mesmo que quisessem fazer uma equipa, os jovens já são tão poucos na freguesia, que quase já não dá para formar um grupo de jogadores da terra “

O triste fim aconteceu em 2014, pondo um ponto final numa história que começou em 1963 e que teve como ponto alto a década de 90

 A Junta de Freguesia de Regilde através do seu Presidente Jorge Monteiro referiu que, a autarquia está disponível, para apoiar qualquer direção que venha a ser constituída: “Já falamos com alguns jovens da freguesia nesse sentido e até ao momento estamos aguardar alguém que queira abraçar este desafio e recomece a prática desportiva no u.r.c.d de Regilde”, conclui.
 
Continua a ser muito importante no panorama desportivo a prática do futebol na freguesia, é essencial perceber que os valores desportivos e humanos são algo que jamais poderão estar dissociados do progresso de Regilde

 Para Concluir, muito mais haveria para dizer, contar e analisar nesta história do clube da nossa terra, onde passaram ao longo de mais de meio século, uma enorme massa humana, entre atletas, dirigentes e associados, que recordam com saudade os momentos de alegria e satisfação vividos neste clube

Um forte agradecimento a todos os intervenientes que deram o seu testemunho para o conhecimento da história do U.R.C.D de Regilde, entre eles ao Sr. Armindo Marinho, Diamantino Lopes, Neca Viana, António José Miranda, Artur Peixoto, Lúcio Pinto.   Um agradecimento também à Junta de Freguesia de Regilde em especial ao Jorge Monteiro e Filipe Miranda pela sua colaboração em disponibilizar o acesso ao espólio e fotografias da coletividade. O nosso Obrigado.

Video:


Esta publicação permite a divulgação com a comunidade, deste património de enorme relevância desportiva desta coletividade, por isso contamos com a tua partilha.


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